INTRODUÇÃO
A Ordem dos Cavaleiros Pobres do Templo de Salomão, mais conhecida na época, e ainda hoje, como os Cavaleiros Templários ou O Templo, foi uma das grandes ordens militares medievais, cujos irmãos cavaleiros foram, de 1119 a cerca de 1300, a imagem do cavaleiro das Cruzadas. Em 1307, a mando de Philippe IV e do Papa clemente V, os Templários foram presos e julgados sob acusações de heresia e práticas de magia na França. A Ordem foi extinta em 1312, e seu último Grão Mestre, Jacques de Molay, foi queimado na fogueira em 1314. Desde então, um véu de mistério, ambigüidade e contradições tem gerado lendas e versões romantizadas de sua história e fascinado historiadores e ocultistas.
O esclarecimento do papel dos Templários é importante porque o termo “os Templários” é usado com freqüência de modo vago, sendo dada pouca importância a seu status histórico.
É importante salientar, e assim desconstruir a idéia de que todos os Templários eram guerreiros, que havia na Ordem irmãos que prestavam serviços, tais como cozinheiros, despenseiros, cavalariços e agricultores e que somente cerca de dez por cento eram, efetivamente, cavaleiros.
GÊNESE
Os Cavaleiros Templários, acredita-se, surgiram em algum momento do ano de 1119, fundindo dois ideais comuns da sociedade medieval: a cavalaria e o monasticismo. Sua criação está inserida no contexto das Cruzadas, movimento que levou dezenas de milhares de europeus para lutar na Palestina e recolocar sob domínio cristão a Terra Santa.
A data é controversa, pois não é aceita pela maioria dos estudiosos do assunto e historiadores. Nesse ponto cabe uma explicação: diz-se que os nove cavaleiros originais serviram por nove anos até ocorrer o Concílio de Troyes. Como esse Concílio ocorreu em 1128, resulta daí a suposta data de criação em 1119.
No princípio eram apenas nove cavaleiros liderados por Huge de Payns com o aval do rei de Jerusalém Balduíno II. Seu objetivo, embora seja difícil de acreditar que somente nove cavaleiros (todos procedentes da nobreza francesa) pudessem fazê-lo, era proteger, de espada na mão, os peregrinos e comerciantes em sua jornada até os lugares sagrados. O rei concedeu-lhes como residência uma parte do que ele julgava ser o Templo de Salomão (daí o nome Templários).
Em 1126, Huge de Payns, então já conhecido pelo título de grão-mestre dos Templários, viajou para o Ocidente para procurar recrutas e buscar apoio oficial da Igreja. A Ordem virou uma instituição realmente internacional, e a única autoridade que estava acima do grão-mestre era o papa. Infelizmente, os documentos sobre essa fase da história deles são escassos. De 1120 até 1140, tudo é especulativo.
REGRAS DE CONDUTA
O abade de Clairvaux, Bernardo, foi quem conduziu o Concílio de Troyes cujo início ocorreu em janeiro de 1128. Foi por influência dele que o Concilio aconteceu, e ele encarnava os objetivos complexos e as contradições dos Cavaleiros Templários em sua própria pessoa. Mas, mais importante que isso, ele forneceu a primeira regra de conduta da Ordem. O fato de ter uma regra tornou-a aprovada e de importância fundamental no mundo medieval. Eis alguns pontos da regra de conduta:
- O hábito deveria ser branco, preto ou marrom (o branco era usado somente pelos cavaleiros, ao passo que os demais eram usados pelos sargentos);
- Os mantos não poderiam conter nenhum excesso ou ostentação;
- Deveriam viver em comunidade e fazer refeições em silêncio;
- Não poderiam ter mais de três cavalos e era proibido caçar;
- Presença de irmãos seculares não ligados à Ordem;
- Cuidado com os velhos, com os templários reformados e doentes;
- Proibição à companhia de mulheres;
- Era proibido fazer a barba e cortar os cabelos;
- Matar um cristão era inadmissível.
Somente em 1147 foi-lhes concedido o direito de usar a cruz vermelha sobre os mantos (marca registrada da Ordem).
(Texto de Ivatan Holanda - UFES)
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